Certo dia, quando eu não estava gripado e estava tranqüilo, vivendo minha vidinha imaginária de big blogger deitado numa rede, um arbusto falou comigo. O arbusto mais feio que eu já vi. Quase uma sarsa.

- Ei, colega.
- Tá falando comigo, planta?
- Sim, claro.
- O que você quer?
- Quero mijar.
- Em mim?!
- Não, quero mijar, sou um camera man escondido neste arbusto; estou aqui há 14 horas segurando essa câmera.
- Sério? Por que caixas d'água há um camera man escondido num arbusto numa casa imaginária tão rica quanto o Big Blogger Brasil?
- Corte de custos. Este é um programa imaginário de orçamento limitado. Teríamos que gastar muitos neurônios para imaginar câmeras automáticas.
- Entendo. O que quer que eu faça?
- Quero que você se esconda aqui no arbusto e continue filmando em meu lugar, enquanto eu urino.
- Mas eu vou substituí-lo assim, sem mais nem menos, sem nem saber seu nome?
- É Raimundo.
- Ok, Raimundo, passe-me seu crachá. Mas mije rápido, pois não quero ser um arbusto para sempre.

Raimundo me passou seu crachá e por alguns segundos virei camera man do maior programa de blogs da internet nacional, tendo que me esconder num arbusto. Inclusive, com direito a férias remuneradas.

- Vá, Raimundo, vá mijar.
- Estou indo, estou indo.

E lá foi ele mijar no arbusto ao lado. Pude ouvir o barulho de alívio de Raimundo. Foi quando escutei um grito de dor esfuziante. Segundos depois, Raimundo volta ao seu posto.

- O que foi aquele grito?
- Meu pinto foi torcido.
- Seu xixi é violento, não?
- Na verdade, Alcides o torceu.
- E quem seria Alcides?
- O camera do arbusto ao lado.